Conceito Português - No horizonte dos melhores vinhos portugueses

Vinhos portugueses: o que os distingue

Os vinhos portugueses são, hoje, reconhecidos pelos brasileiros como alguns dos melhores do mundo. Esse é, no entanto, um reconhecimento internacional. Mas será que os brasileiros os conhecem realmente?

27 Jun
Vinhos portugueses:  o que os distingue

Os vinhos portugueses são, hoje, reconhecidos pelos brasileiros como alguns dos melhores do mundo. Esse é, no entanto, um reconhecimento internacional. Mas será que os brasileiros os conhecem realmente?

A chegada dos vinhos portugueses a Terras de Vera Cruz deu-se com os marinheiros e missionários, que os usavam nos rituais eclesiásticos. A deslocação da família real portuguesa fez com que a sua presença fosse reforçada.

Existem rótulos que já são uma referência na vida dos brasileiros. É o caso do Periquita, da José Maria da Fonseca, cujas primeiras importações deram-se ainda no século XIX. Hoje, Portugal é o segundo importador de vinho para o Brasil, apenas ultrapassado pelo Chile, o que revela uma grande aceitação por parte dos brasileiros. Qualidade, diversidade, afinidade cultural e linguística, e o reconhecimento internacional, despertam a curiosidade e os sentidos dos brasileiros para os vinhos lusos.

O desenvolvimento do setor vinícola em Portugal no final do século passado, adoção de novas técnicas e a profissionalização do setor, deram um grande impulso na variedade e qualidade dos vinhos portugueses. O que os torna diferentes?

 

TRADIÇÃO, CASTAS E REGIÕES: UM TESOURO A PARTILHAR

A história do vinho em Portugal vai muito além da tradição milenar que o território possui na produção de vinho e que permitiu agregar séculos de conhecimento. As centenas de variedades de uvas trazidas pelos diversos povos que permaneceram em território luso e os diferentes climas e terrenos, fazem de Portugal um país rico em termos de vitivinicultura e conferem uma personalidade ímpar aos seus vinhos. As 250 castas nativas* permitem produzir uma grande diversidade de vinhos com personalidades muito distintas. O guia The Oxford Companion to Wine descreve o país como um verdadeiro "tesouro de castas locais".

Algumas das castas tintas portuguesas mais importantes são Touriga Nacional, Baga, Castelão, Touriga Franca e Trincadeira (ou Tinta Amarela). Entre as castas brancas portuguesas destacam-se Alvarinho, Loureiro, Arinto, Encruzado, Bical, Fernão Pires, Moscatel e Malvasia Fina.

A tudo isto somam-se as 14 regiões vitivinícolas, cada uma com caraterísticas diferentes. Ao Norte estão as regiões do Vinho Verde, Trás-os-Montes, Porto e Douro, Távora e Varosa. No centro encontramos Bairrada, Dão, Beira Interior, Lisboa e Tejo. Ao Sul, Península de Setúbal, Alentejo, Algarve. Nas ilhas, Madeira e Açores brindam-nos com vinhos especiais, resultantes de solos vulcânicos.

Se considera que o número de castas e de regiões é grande, verá que a diversidade de terroirs também é impressionante. Com solos de xisto, granito, arenosos ou de barro, até às influências do Mediterrâneo, do Oceano Atlântico ou da Europa Continental, e aos diversos microclimas, Portugal apresenta-se como uma verdadeira Torre de Babel no que diz respeito à produção vinícola, conferindo personalidade, expressão e autenticidade no vinho.

Isto e muito mais iremos desvendar nos nossos artigos. E você já partiu à descoberta deste vasto tesouro? Venha, então pois, conosco nesta aventura de saberes, aromas e paladares.

 

*Chegaram a ser 500, uma vez que o mesmo tipo de uva tinha nomes diferentes em várias regiões. Após o seu registo oficial, foram reduzidas para 250. Ainda assim, um grande número

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