Portugal: O vinho no seu DNA
Portugal é conhecido pela sua cultura, gastronomia, paisagens, vinhos. Hoje o país é visitado por milhões de pessoas de várias partes do mundo, nomeadamente brasileiros, para conhecer um pouco mais sobre sua história, gentes e, claro, seus vinhos.
Portugal é conhecido pela sua cultura, gastronomia, paisagens, vinhos. Hoje o país é visitado por milhões de pessoas de várias partes do mundo, nomeadamente brasileiros, para conhecer um pouco mais sobre sua história, gentes e, claro, seus vinhos.
O vinho faz parte do DNA português. Os portugueses crescem com ele à mesa, fazendo parte de tradições familiares e convívio entre amigos. Muitos possuem, inclusive, ligações familiares mais ou menos diretas à produção vinícola. Além de tudo isso, Portugal oferece uma gastronomia variada e rica, onde o vinho é parte integrante, valorizando e intensificando cada prato, do norte ao sul, do litoral ao interior. Tomar vinho é algo intrínseco da cultura de ser português.
4.000 anos de produção e consumo de vinho
A história do vinho no território que hoje é conhecido como Portugal confunde-se com a história do próprio país e das suas gentes. Vestígios comprovam que sua produção remonta a 4.000 a.c., com a presença de vários povos, como cartaginenses, fenícios, gregos e romanos, que trouxeram com eles castas e técnicas de produção. Aliás, foram os romanos que impulsionaram o cultivo de vinha na antiga Lusitânia. Trouxeram os vinhos em talha e foram responsáveis pelas primeiras exportações de vinho de Lusitânia para a capital do império – Roma.
Seguiram-se as invasões barbaras (400 a.c.) e o domínio muçulmano (700 d.c.) que levaram ao declínio das vinhas. Com a reconquista do território aos árabes, a formação do reino de Portugal (1143), a fixação de ordens religiosas e a propagação do cristianismo, a produção vinícola renasce, principalmente devido ao uso do vinho nos rituais da eucaristia e aos rendimentos retirados da sua produção pelos senhores feudais.
Com os Descobrimentos, o vinho português chega a vários pontos do mundo. Nas caravelas e galeões seguiam barricas de vinho para a propagação do cristianismo junto dos povos indígenas e para consumo dos marinheiros. Assim nascem os vinhos de “Roda” ou “Torna Viagem” que, ao longo de, pelo menos, seis meses, permaneciam nos porões ou expostos ao sol, proporcionando um envelhecimento ímpar e suave. Os vinhos eram, depois, vendidos a preços elevados pela sua singularidade.
Em meados do século XVI, Lisboa era o maior centro de exportação de vinho do império. Ao Brasil, o vinho chegou com os primeiros marinheiros e missionários. Com a vinda da família real, o vinho começou a entrar na vida dos brasileiros.
EXPORTAÇÕES REVOLUCIONAM SETOR
Entretanto, Portugal e Inglaterra assinaram, em 1703, o Tratado de Methwen, onde ficou estabelecido um regime especial para a entrada de vinhos portugueses em Inglaterra. Desde então, os ingleses são grandes apreciadores e consumidores de vinhos portugueses.
A exportação de vinho conheceu então um novo incremento. Em 1756 foram estabelecidas regras para que a produção de vinho mantivesse a qualidade exigida. Foi nesta época que se formalizou a primeira região demarcada do mundo – Porto e Douro, para o Vinho do Porto e vinhos de mesa do Douro. Contudo, no século XIX, a filoxera quase que dizimava a vinha em Portugal, o que obrigou os produtores a procurarem novas técnicas e fórmulas para combater a praga.
Já início do século XX, em 1907/08, outras regiões foram regulamentadas como regiões de denominação de origem, nomeadamente os vinhos da Madeira, do Dão, Moscatel de Setúbal, Colares, Carcavelos (ambos da região de Lisboa) e Vinhos Verdes.
A entrada, em 1986, do país para a União Europeia (antiga Comunidade Econômica Europeia) foi outro marco importante para os vinhos portugueses. O investimento na produção vinícola conheceu um novo patamar, assim como a formação de enólogos e a profissionalização do setor. A qualidade e diversidade de vinhos cresceu significativamente, demonstrado no reconhecimento internacional que os vinhos portugueses têm recebido nas últimas décadas.
E você já conhece vinhos portugueses? Venha, então pois, conosco nesta aventura de saberes, aromas e paladares.
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